Robô saltador flexível impresso em 3D [Pros/Cons]

Posted by Vincius Prado da Fonseca on July 11, 2015

Quando aparecem notícias sobre ciência na mídia, a pesquisa é apresentada de forma simplificada, até pelos próprios cientistas. A ideia é que o publico geral consiga absorver e entender os possíveis prognósticos do trabalho. Mas esse tipo de publicação deixa passar alguns pontos positivos e negativos inerentes de qualquer trabalho científico.

Com isso em mente vou destacar alguns prós e contras do trabalho que foi divulgado como “robô que salta igual um sapo” para tentar entender melhor a publicação. Não estou interessado em falar “mal” da notícia. É apenas um exercício de leitura do artigo publicado.

O trabalho foi apresentado como “sapo robô”. Este utiliza combustão para fazer saltos (o que já me parece diferente de um sapo, que utiliza força mecânica para saltar) sendo que a inclinação e o direcionamento do salto é feito pela modificação do formato da base do robô.

O desenvolvimento de sistemas robóticos bioinspirados são extremamente importantes. Quando o cientista ou engenheiro observa algo funcionando na natureza, principalmente com seres vivos, ele tenta entender e produzir algo que possa desempenhar a mesma função, com uma eficiência parecida.

Para o trabalho em questão eu consegui identificar:

Prós:

  • Técnicas de impressão 3D com vários materiais, inclusive flexíveis. Ao invés de utilizar uma injetora ou outra técnica, o grupo utiliza impressão 3D com materiais flexíveis em várias camadas.
  • Técnica de mistura de gases e combustão controladas. Não é uma área que eu entenda muito, mas o controle de gases, como essa pesquisa necessita, é muito interessante. São quantidades pequenas e precisas dos gases envolvidos na combustão.
  • Inclinação para mudança de direção. Apenas um propulsor proporciona saltos em diversas direções.

Contras:

  • Sistema pneumático de mudança de direção. O controle pneumático é difícil, além disso carregar um compressor pra todo lado não é uma boa ideia. No final deste post eu cito um trabalho que começa a repensar esse problema.

  • A própria dinâmica do robô causa danos ao equipamento. Mesmo flexível, acredito que ele ainda realiza poucos saltos antes de ter o funcionamento comprometido, aqui a questão do design é fundamental. Com um projeto mecânico diferente talvez o problema seja minimizado.

Apesar de colocar como contra, parece que a ideia do compressor começa a ser melhor trabalhada aqui. Nesse artigo um compressor diferente é desenvolvido a partir da quebra de moléculas de água para criação de gases. A notícia acima exemplifica com vários projetos que utilizam ação pneumática e poderiam ser beneficiados com o trabalho, inclusive este “sapo robô”.

Isso é tudo.

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